— Todos sabem que o texto que saiu do Congresso Nacional não tem impacto no governo da presidente Dilma. Mas a posição do governo é de alguém que se preocupa com a sustentabilidade da Previdência. É nítido que a situação da Previdência não é uma situação simples e enfrentar a situação da Previdência é fazer a defesa de uma Previdência que seja sustentável e que dê condições de remuneração a todos os trabalhadores após a aposentadoria. A presidente vai decidir a sua posição em relação à sanção ou veto após o diálogo com as centrais sindicais e também a presidente Dilma quer dialogar com os líderes do Congresso Nacional — afirmou Edinho após a reunião.
Dilma terá de decidir até quarta-feira se veta ou não a nova regra criada pelos parlamentares, a chamada 85/95, que acaba com a incidência do fator previdenciário sobre os funcionários cuja soma de contribuição e de idade atinja 85 anos para as mulheres e 95 para os homens. Técnicos do governo já constataram que essa fórmula inviabiliza a sustentabilidade da Previdência no médio e longo prazo.
Uma comissão ministerial foi montada para buscar alternativas. Hoje à tarde o ministro da Previdência, Carlos Gabas, e o da Secretaria Geral da Presidência, Miguel Rossetto, receberão representantes das centrais sindicais e da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag) para discutir sobre o tema.
Além de Gabas e Rossetto, participaram da reunião de coordenação os ministros Aloizio Mercadante (Casa Civil), Joaquim Levy (Fazenda), Nelson Barbosa (Planejamento), Ricardo Berzoini (Comunicações), José Eduardo Cardozo (Justiça), Edinho Silva (Comunicação Social), Eliseu Padilha (Aviação Civil), Gilberto Kassab (Cidades), Jaques Wagner (Defesa) e Eduardo Braga (Minas e Energia). O vice Michel Temer, articulador político do governo, e os líderes do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), no Senado, Delcídio Amaral (PT-MS), e no Congresso, José Pimentel (PT-CE), também estavam presentes.
Segundo Edinho, os ministros também debateram sobre a votação do projeto de lei que reduz a desoneração da folha de pagamento de alguns setores da indústria, que deverá acontecer esta semana na Câmara. Esta é a última medida de ajuste fiscal que o governo encaminhou ao Congresso. A expectativa, segundo o ministro, é que projeto seja aprovado.
Matéria: Catarina Alencastro