O rendimento médio das pessoas que trabalham nos setores de comércio e serviços em julho foi 3,6% e 1,9% menor, respectivamente, que em igual mês do ano passado, já descontada a inflação, conforme dados da Pesquisa Mensal de Emprego do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Na indústria, a situação é pior. A Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) informa que, de janeiro a julho de 2015, as remunerações decresceram 7,5% na comparação com igual período de 2014. Com oferta menor de emprego e mais gente querendo trabalho, a tendência é que os salários oferecidos sejam menores, segundo o consultor financeiro Ewerson Moraes.
Na pele. Carlos Fontes é um dos brasileiros que sabe bem o que é ter a renda reduzida em razão da crise. Ele está desempregado desde junho. Enquanto a oportunidade de recolocação não aparece, ele ajuda a mulher na microempresa e, ocasionalmente, trabalha como garçom. “A renda da família caiu. Afinal, não temos mais o meu salário, com um valor fixo todo o mês. Na empresa, que é de festas infantis, a demanda varia conforme o mês”, diz.
Milhões. Fontes não está sozinho, ele é um dos 8,354 milhões de pessoas que estão desempregadas no país, segundo dado da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), divulgada pelo IBGE. Aliada ao mercado de trabalho mais fraco, tem a inflação, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que acumula, nos 12 meses finalizados em agosto, alta de 9,53%.
Briga
Difícil pedir aumento. No primeiro semestre, só 69% das negociações salariais analisadas pelo Dieese conquistaram aumentos reais. Mesmo assim, na faixa de até 1% de ganho.
Data de publicação: 14/09/2015
Matéria: Juliana Gontijo
Fonte: O Tempo - https://www.otempo.com.br/capa/economia/custo-de-vida-e-desemprego-reduzem-renda-dos-brasileiros-1.1112545