• SLIDE_FINAL
Quinta, 24 Setembro 2015 14:56

Bancada mineira na Câmara rejeita a recriação da CPMF

Avalie este item
(0 votos)

minas contra cpmf tempo

 

A bancada mineira na Câmara Federal promete votar em peso contra a volta da Contribuição Provisória sobre Movimentações Financeiras (CPMF), uma das principais medidas do ajuste fiscal proposto pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy. Apenas cinco dos 53 deputados mineiros procurados por O TEMPO se mostraram favoráveis ao retorno do tributo. Ainda assim, dois deles, com ressalvas. Outros 32 afirmaram que votarão contra a medida. Os demais 16 deputados não se posicionaram.

A PEC que recria a CPMF define uma alíquota de 0,2% sobre as movimentações financeiras. Para aprová-la, o governo precisa de três quintos do total de votos em cada uma das Casas (308 dos 513 votos na Câmara, e 49 dos 81 votos no Senado).

No entendimento da maioria dos parlamentares, o governo ainda precisa mostrar um esforço maior no corte da máquina pública. Segundo Júlio Delgado (PSB), a proposta agora é ainda pior do que a Contribuição Interfederativa da Saúde (CIS). “Na CIS, o dinheiro iria para a Saúde e também beneficiaria Estados e municípios. Agora, está indo todo para a Previdência e ficando na integralidade com o governo federal”, avaliou.

Outro a engrossar o coro dos contrários é Eros Biondini (PTB). Ele avalia que o Brasil é recordista em impostos e, no momento em que a credibilidade do governo está fragilizada, a população não aceita pagar ainda mais.

“Para começar, o governo poderia cortar boa parte dos apadrinhados e cargos de confiança”, sugeriu Lincoln Portela (PR).

O deputado Caio Nárcio (PSDB) avaliou que mesmo a CPMF não incidindo sobre salários abaixo do teto máximo do INSS, a população vai ser afetada, pois o imposto terá impacto na produção nacional, que repassará os custos. Adelmo Carneiro Leão (PT), por sua vez, diz que esse raciocínio não se sustenta. “Quando criaram a CPMF pela primeira vez, esse repasse ocorreu? E quando encerraram, os preços caíram?”, questionou. Ele é favorável à medida, contanto que não atinja quem ganha até o teto do benefício do INSS.

Único petista a anunciar voto contra a medida, Weliton Prado alega que sua posição é uma defesa dos interesses das pessoas mais pobres. “Há outras formas de se resolver este problema”, alegou o parlamentar, que deve deixar o partido.

Nem cargo garante apoio do PMDB

Nem a sinalização de que o partido poderia assumir cinco novos ministérios no governo federal fez com que os parlamentares do PMDB se alinhassem à proposta de recriar a CPMF. Cotado para assumir a pasta da infraestrutura, o deputado federal Newton Cardoso Jr. disse que vai votar contra a proposta. “Tributar a movimentação financeira cumulativamente é muito pesado para a economia neste momento”, avalia o parlamentar estreante.

Mauro Lopes, outro cotado para o mesmo cargo na lista tríplice definida pela bancada, esquivou-se da pergunta e justificou que votaria de acordo com a orientação da bancada.

Apesar dos inúmeros contatos feitos com o gabinete do deputado Saraiva Felipe, não houve resposta sobre a posição do parlamentar, que é um dos nomes cotados para o Ministério da Saúde.

Esperança. Apesar de toda a resistência dos parlamentares à proposta, o governo tem esperanças de que pode começar a reverter a situação com o apoio de prefeitos e governadores. Para isso, o governo aceitaria costurar um acordo para elevar a alíquota, dividindo a arrecadação com administrações estaduais e municipais. O governo aposta que os chefes de Executivo pressionariam suas bancadas, já que estão todos com as contas estranguladas.

Para 2016
Demora
. Mesmo que consiga vencer as resistências, a CPMF não deve ser criada antes do ano que vem. Por se tratar de uma emenda constitucional, a matéria não admite urgência.

 

Data de publicação: 24/09/2015

Matéria: HUMBERTO SIQUEIRA/ FELIPE CASTANHEIRA

Fonte: Jornal O Tempo - https://www.otempo.com.br/capa/pol%C3%ADtica/bancada-mineira-na-c%C3%A2mara-rejeita-a-recria%C3%A7%C3%A3o-da-cpmf-1.1120868

Lido 1917 vezes

Links Úteis