O PSDB, partido com maior número de prefeituras em Minas, com 137 municípios, segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), vai disputar as eleições municipais pela primeira vez nos últimos 12 anos fora do comando do governo do estado. O objetivo da legenda é expandir sua presença para 160 ou 170 cidades. “O cenário nacional aponta para o desgaste do PT, e o PSDB é reconhecido como seu maior opositor. Há uma tendência a nosso favor e estamos encontrando uma acolhida”, afirma o presidente estadual do partido, o deputado federal Domingos Sávio.

Com 113 prefeituras conquistadas em 2012, o PT mineiro quer quase dobrar sua presença no estado e comandar 200 municípios a partir de 2017. A turbulência que o partido atravessa no plano nacional não inibe os planos de crescimento e a ideia é pegar carona no governo de Fernando Pimentel (PT). “Nossos planos são mais ousados do que em 2012. O pensamento tático era chegar a 150 prefeituras, com a possibilidade de 200. O Pimentel tem 73% de aprovação”, afirma o secretário de organização do partido, Luiz Mamede. Segundo ele, de 15 a 25 prefeitos de outros partidos vão migrar para o PT, aumentando a chance de expansão da legenda nas administrações municipais.

Chegar a 200 prefeituras é também a meta do PMDB, que venceu a disputa em 119 municípios em 2012, segundo o TSE. “Hoje já temos 140 prefeitos no partido e que ainda não foram registrados pelo TSE. Para as próximas eleições, estamos conversando com as bases para chegar a 200 prefeituras”, afirma o vice-governador e presidente estadual do PMDB, Antônio Andrade, que reforça o caráter municipalista da legenda. “O partido está mais unido do que nunca. E sabemos que as eleições municipais são um reflexo do momento”, diz, confiante.

Limite Ainda na segunda-feira, legendas estavam trabalhando com o prazo que iria até hoje para compor seu quadro de filiações para as eleições, mas a mudança na legislação eleitoral, na terça-feira, estendeu esse limite para abril. A minirreforma política sancionada por Dilma estabelece que o candidato deve estar filiado ao partido pelo menos seis meses antes das eleições. Antes, esse limite era de um ano.

A mudança tende a tornar a disputa por candidatos mais acirrada, na opinião de Domingos Sávio. “É bem possível que nossos pré-candidatos, que já estão filiados e com o desejo de disputar pelo nosso partido, sejam assediados. Por outro lado, vamos trabalhar muito para trazer mais gente para o PSDB, que está intensificando as filiações”, ressalta. Para Luiz Mamede, do PT, o aumento do prazo permite ao partido “estabelecer parcerias e táticas bem trabalhadas”.

Com o aumento do prazo de filiação, o PP, presidido pelo ex-governador Alberto Pinto Coelho, quer ter diretórios municipais em todas as cidades mineiras. Até agora, de acordo com a assessoria de imprensa, a legenda conseguiu passar de 484 diretórios para 634. As metas de prefeituras sob seu comando também são ousadas. O PP pretende aumentar 37% sua presença nas administrações municipais. Atualmente, são 73 administrações e o partido quer saltar para 100.

Empenhado em ser o protagonista das eleições na capital mineira, o prefeito de Belo Horizonte, Marcio Lacerda, que assumiu em junho a presidência do PSB em Minas, também não quer fazer feio no restante do estado. Em 2012, o partido conseguiu eleger 32 prefeitos e, agora, trabalha firme para trazer para seu time prefeitos de outras legendas. Até agora, 14 prefeitos já migraram para o PSB, o que já leva o partido para pelo menos 46 cidades. Com a prorrogação do prazo de filiação, a legenda está refazendo o planejamento e ainda não fala em metas.

Data de publicação: 02/10/2015,

Matéria: Flávia Ayer

Fonte: Jornal Estado de Minas - https://www.em.com.br/app/noticia/politica/2015/10/02/interna_politica,694049/com-muita-sede-de-poder.shtml