Para deputados do PMDB que irão analisar o processo, não será possível ter qualquer conclusão sobre o caso de Cunha até o final deste ano, como deseja o presidente do colegiado, José Carlos Araújo (PSD-BA). Cunha tem manobrado para retardar a chegada do pedido protocolado pelo PSOL e pela Rede ao colegiado.
A expectativa é que o requerimento seja entregue a Araújo amanhã. O deputado disse que a atuação de Cunha “atrasa” seu cronograma em uma semana, mas que pretende marcar a primeira sessão de trabalhos na semana seguinte à chegada do processo e “correr” para concluí-lo ainda neste ano.
O deputado Washington Reis (PMDB-RJ), um dos aliados de Cunha no Conselho, considera que o tempo é “curto” para concluir o processo e diz que não pode haver “atropelo”. “O ano legislativo praticamente está acabando, tem cinco ou seis semanas úteis. O tempo é muito curto, acho que não dá para terminar nesse ano. Não pode atropelar, tem que conduzir com responsabilidade. Tem que analisar a coisa com muito equilíbrio, seja quem for, de qualquer partido”, afirma o deputado.
Mauro Lopes (PMDB-MG), outro deputado próximo a Cunha no Conselho, também defende que a discussão seja feita com calma no colegiado. Ele lembra que há várias passos a serem seguidos, como a convocação de testemunhas de defesa de Cunha.
“Não sei se dá tempo (de finalizar este ano) porque a gente é convocado, faz a reunião, depois Eduardo tem direito à defesa, deve apresentar testemunhas para serem ouvidas. Pode acontecer de ter demora. Vai ser igual a um processo que corre na Justiça, às vezes demora”, afirma Mauro Lopes.
Odebrecht quer barrar extratos
Brasília. A Odebrecht abriu uma disputa jurídica na Suíça para tentar evitar que extratos bancários em contas no país europeu sejam remetidas oficialmente ao Brasil. Advogados da empresa entraram com recurso no Tribunal Penal da Suíça contra a decisão do Ministério Público (MP) suíço de entregar os documentos.