Sem experiência política e vítima de um plano de poder que contava com total apoio do ex-presidente Lula, Dilma Rousseff ignorou a opinião popular que através de movimentos populares clamava por mais investimentos em diversos setores públicos, atitude inconsequente que resultou na drástica queda de sua popularidade e credibilidade.
Fragilizada e sem apoio do Poder Legislativo para implantar o que era chamado de Pacote de Maldades, nada mais do que propostas que ao invés de reduzir os gastos do Poder Público apenas apresentavam reajustes fiscais, Dilma Rousseff buscou junto a seu vice-presidente Michel Temer uma solução para estreitar os laços políticos junto a parlamentares de oposição, atitude que comprovou sua total falta de governabilidade para aprovar reformas estruturais.
Após várias tentativas de diálogo com seu próprio governo, Michel Temer decidiu deixar o cargo de articulador político do Palácio do Planalto devido a total desconfiança de membros esquerdistas que compunham a cúpula do Partido dos Trabalhadores, pois enxergavam seu papel no governo como uma ameaça.
Embora ciente de seus erros e imprudências fiscais ao longo dos últimos anos, Dilma Rousseff continuou maquiando os déficits e enganando toda sociedade brasileira, fazendo com que o Brasil entrasse em uma profunda recessão, acompanhada por uma crise política.
Munida de um velho e surrado discurso que buscava sempre dividir nossa sociedade entre brancos e negros ou ricos e pobres, Dilma Rousseff também não poupou a Câmara dos Deputados, chamando seus integrantes de golpistas, dizendo que estava sendo vítima de um golpe de Estado enquanto na realidade quem sofria um golpe contra a construção de um futuro mais próspero era nosso país, um golpe baixo aplicado pelo Partido dos Trabalhadores.
Uma vez aceito e aprovado pela Câmara dos Deputados, o processo de impeachment foi encaminhado para o presidente do Senado Federal, que imediatamente instalou nova comissão para reavaliar a admissibilidade do processo já aprovado pelos deputados, comissão esta que contou com o notório relatório do excelentíssimo senador Anastasia, homem público cuja trajetória política como governador de Minas Gerais claramente demonstrou que programas de governo somente alcançam seu sucesso e durabilidade caso sejam planejados com muita responsabilidade e extrema cautela fiscal.
Na leitura de seu relatório favorável a admissibilidade do processo de impeachment, Anastasia baseou seu parecer em artigos da lei que regem as despesas públicas, demonstrando claramente que há fortes indícios de que a presidente Dilma Rousseff autorizou a abertura de créditos suplementares ao orçamento por decreto presidencial sem a necessária autorização do Poder Legislativo, desrespeitando assim a Constituição de 1988 e configurando o crime de responsabilidade fiscal. Antes de finalizar seu relatório Anastasia também enfatizou que a lei visa proibir que os entes da federação gastem mais do que arrecadam, estabelecendo o limite para os gastos públicos com base em quatro eixos fundamentais: planejamento, transparência, controle e responsabilização.
Acredito que a partir de hoje, após o afastamento da presidente Dilma Rousseff, o Poder Executivo poderá trabalhar em parceria com os Poderes Legislativo e Judiciário, resgatando os valores éticos, cívicos e morais perdidos ao longo dos últimos treze anos, disseminando e valorizando as boas práticas no exercício da vida pública.
Espero que possamos virar a página e traçar um novo caminho rumo a dias mais dignos para toda nossa sociedade, sempre através de vias cada vez mais transparentes e livres de corrupção, punindo sempre aqueles que fugirem da legalidade.
Respeitosamente,
Bilac Pinto
Deputado Federal