Após total descontrole e falta de bom senso quanto aos muitos projetos patrocinados pela Lei Rouanet, como a Performance Macaquinhos, apresentada pela Petrobras em parceria com o Ministério da Cultura, entre outros incentivos ficais; como os realizados em favor do funkeiro MC Guimê; além de produções teatrais estrangeiras como Peppa Pig e Shrek; o Tribunal de Contas da União apontou inúmeros desvirtuamentos no sentido da lei do incentivo à cultura.
Dentre os projetos culturais aprovados pelo Ministério da Cultura o TCU verificou o descumprimento do princípio da não concentração por seguimento e por beneficiário; o volume anual de aprovação de projetos incompatíveis com a capacidade administrativa do Ministério da Cultura para acompanhá-los, analisando suas respectivas prestações de contas; o acompanhamento e avaliação dos projetos culturais durante sua execução; o controle da movimentação financeira dos projetos culturais e a intempestividade das informações referentes ao montante de recursos captados; o estoque de processos de prestação de contas sem análise conclusiva como também as falhas na elaboração da Declaração dos Benefícios Fiscais (DBF).
De acordo com o deputado federal Bilac Pinto, que se posicionou a favor da instalação da CPI da Lei Rouanet, o total descontrole dos recursos públicos utilizados para financiar shows e performances desnecessários demonstra mais uma vez a falta de prioridade por parte de um governo que ao longo dos últimos treze anos deixou em estado de total abandono diversas áreas de interesse público como a saúde, a educação, o transporte, a cultura como também o desenvolvimento rural e urbano.
Para Bilac Pinto o Ministério da Cultura deveria, ao invés de financiar artistas sem critérios rigorosos, promover a revitalização do folclore brasileiro, que se torna cada vez mais apagado ao longo dos anos. O parlamentar destacou também a importância de revermos nossas raízes para que possamos passar um pouco de nossa história e trajetória cultural para futuras gerações.