Queridos Amigos,
Por inúmeras vezes me questionei quanto a capacidade do ser humano de conspirar contra o que consideramos legal em nosso país, de manipular o sistema de tal forma que uma convicção legal não passa de uma mera hipótese em um mar de impunidade e incertezas jurídicas.
O encontro repentino e de caráter duvidoso entre o Procurador Geral da República Rodrigo Janot e o advogado de defesa dos donos da gigante JBS, Pierpaolo Bottini, realizado na calada da madrugada em um bar do Distrito Federal, deixou em evidência os interesses que motivaram o “perdão legal” em troca de informações que incriminassem políticos e autoridades, relação que ultrapassou todos os limites, gerando ainda mais desconfiança e descrédito para um órgão público de tamanha importância como a Procuradoria Geral da República.
Ciente de que o pedido de sua prisão já tinha sido emitido pelo STF, o empresário Joesley Batista, um dos donos da gigante JBS, e seu braço direito Ricardo Saud, decidiram misteriosamente se entregar a Polícia Federal na tarde de ontem, evitando assim um maior constrangimento entre amigos e familiares.
Uma das grandes polêmicas envolvendo o pedido de prisão dos executivos da JBS gira em torno do pedido de busca em apreensão executado na manhã desta segunda-feira feira, já que o mesmo deveria ter sido realizado no momento da prisão dos criminosos confessos, sem suas ciências, e não após suas prisões.
Vale ressaltar que o fato de estarem cientes de todo processo judicial contra eles, antes mesmo da Polícia Federal, Joesley Batista e Ricardo Saud podem ter tido tempo de descartar toda e quaisquer provas que os incriminassem ainda mais no processo que investiga o esquema criminoso de pagamento de propinas.
A delação premiada dos executivos do Grupo JBS foi, desde o início, alvo de críticas e desconfiança por parte de diversos juristas e magistrados compromissados com o cumprimento de nossas Leis e o exercício do Direito, pois perdoar um criminoso confesso em troca de mais detalhes referentes aos crimes cometidos além de ser imoral é uma decisão de certa forma considerada desleal com nossa sociedade que clama pelo fim da impunidade.
Agora presos temporariamente a pedido do Ministro do Supremo Tibunal Federal Luiz Edson Fachin, Joesley Batista e Ricardo Saud terão que explicar à Justiça uma certa conversa por eles classificada como conversa de bêbado, onde detalharam com muita precisão todo passo a passo elaborado para alcançar a liberdade, plano que contava com a participação do Ex-Procurador da República Marcelo Miller, e do Procurador Geral da República Rodrigo Janot.
Espero que a justiça seja feita e que estes criminosos confessos sejam condenados pelos crimes cometidos, para que possamos virar a página e continuar trabalhando em direção das reformas que tirarão o Brasil da crise.
Um forte abraço.
Respeitosamente,
Bilac Pinto
Deputado Federal
(PR/MG)