Especialistas se dividem entre incerteza e aposta na CPMF
Analistas avaliam pacote de corte apresentado pelo governo
BRASÍLIA E SÃO PAULO — Cinco dias depois de ter a nota de investimento do Brasil rebaixada pela agência Standard & Poors, o governo apresentou ontem um duro ajuste fiscal, propondo um aumento de R$ 40,2 bilhões na arrecadação, com R$ 32 bilhões provenientes de uma nova Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF), desta vez voltada para pagar aposentadorias. Além disso, o governo anunciou um corte de R$ 26 bilhões nas despesas. Confira a opinião de especialistas sobre as medidas:
Governistas de seis siglas divulgam carta de apoio ao mandato de Dilma
Políticos de PC do B, PT, PSD, PROS, PP e PMDB assinaram o manifesto. No texto, integrantes da base repudiaram articulações da oposição.
Deputados, senadores, ministros e dirigentes de seis partidos da base governista (PC do B, PT, PSD, PROS, PP e PMDB) divulgaram na manhã desta terça-feira (15), em Brasília, uma carta aberta para manifestar apoio ao mandato da presidente Dilma Rousseff, que eles ressaltam, irá se encerrar somente em 31 de dezembro de 2018. O documento foi apresentado ao final de um café da manhã organizado pelo PC do B.
No manifesto de três páginas, os governistas repudiaram a articulação de oposicionistas para abrir processo de impeachment para afastar a presidente do comando do Palácio do Planalto e acusaram a oposição de alimentar artificialmente a crise política e econômica do país.
Cunha rejeita analisar pedido de impeachment
As dificuldades econômicas aceleraram o processo de desgaste da presidente Dilma Rousseff, mas a oposição e setores rebelados do PMDB ainda não têm segurança se há votos suficientes para abrir um processo de impeachment contra ela na Câmara.
Mesmo rompido com o Planalto, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), afastou ontem a hipótese de avaliar, nesta semana, um pedido de afastamento de Dilma. "Decidirei no tempo da técnica e da responsabilidade. Não no tempo da especulação", disse.
Presidente Dilma tem última chance para salvar seu goveno
Às voltas com uma gravíssima crise político-econômica, que ajudou a criar e a que tem respondido de forma errática e descoordenada; vivendo a corrosão vertiginosa de seu apoio popular e parlamentar, a que se soma o desmantelamento ético do PT e dos partidos que lhe prestaram apoio, a administração Dilma Rousseff está por um fio.
A presidente abusou do direito de errar. Em menos de dez meses de segundo mandato, perdeu a credibilidade e esgotou as reservas de paciência que a sociedade lhe tinha a conferir. Precisa, agora, demonstrar que ainda tem capacidade política de apresentar rumos para o país no tempo que lhe resta de governo.
Brasil é doente em estado terminal, diz 'Financial Times'
Jornal britânico diz que economia está 'uma bagunça' e vê futuro difícil. 'Brasil está sofrendo primeiros sinais de um estresse econômico extremo'.
“Se o Brasil fosse um paciente internado, os médicos do pronto-socorro o diagnosticariam como doente terminal”, diz o jornal britânico “Financial Times”. “Os rins já pararam; o coração vai em breve” – segundo a publicação, a avaliação é de um senador do Partido dos Trabalhadores (PT).
Em análise publicada com o título “A terrível queda do Brasil da graça econômica”, o jornal diz que a economia brasileira está “uma bagunça”, e que deve encolher até 3% este ano e 2% em 2016.
Tarso Genro, vê risco de Dilma Rousseff não chegar ao fim do mandato no cargo
Ex-presidente do PT diz que ajuste fiscal não pode recair sobre os mais pobres
RIO - Ex-presidente do PT, escolhido para recuperar a imagem do partido após o escândalo do mensalão, Tarso Genro disse neste domingo que se preocupa com a possibilidade de a presidente Dilma Rousseff não chegar ao fim do mandato. E que um eventual pedido de impeachment da presidente “depende mais da política que do Direito”.